Marina equilibrava-se sobre um pequeno banco. Era, indiscutivelmente, uma mulher belíssima, perturbadora. O gauche a dizia uma mistura de Rita Hayworth e Emmanuelle Béart. A pele muito branca contrastava com os cabelos levemente ruivos. O coque desleixado deixava à mostra o símbolo celta, um triskle tribal azulado. Sardas cercavam a tatuagem, descendo do pescoço até o meio das costas. Ali, o corpo fazia uma primeira curva, muito suave, que se acentuava perto do cóccix. Depois, a carne se alargava centrifugamente, formando uma bunda exata, tão perfeita que raramente passava impune pelas ruas.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
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3 comentários:
fiquei seduzida por marina...
MM: chamam a atenção a estrutura do seu romance e os diálogos (este último, o diálogo no corpo da narrativa, é, ao fim e ao cabo, responsável pela eficiência da estrutura). Como imagino que A suave anomalia seja o seu primeiro trabalho publicado, só posso colocar mais ênfase ainda na construção. A linguagem por vezes quer-se rebuscada e acaba prejudicando a narrativa. Mas, insisto, a estrutura do romance ressalta um talento verdadeiro para ficcionista. Parabéns!
lindo texto!
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